segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Admiração...


Minha inspiração anda solta, vagando por ruas e esquinas,
Dormindo em bancos de praças, sofrendo nas noites de frio.
Minha razão é ambulante, é brilhante e vence a escuridão.
O sofrimento, eu o sinto mas não é motivo para desistir.
Que a minha força não ceda a cultura do mentir.

Agora acontece, desabam os muros do templo
As poeiras da desilusão vagam pelos becos passando de boca em boca.
O que ouço não são vozes, são ruídos, murmuro do vento.
Calma e paciência eu pedi ao tempo.
Que hoje nem amanhã sejam o fim,
Que eu possa reagir
Estas coisas que somente hoje entendo.

Suplico somente àquele que pode me ouvir,
Que não me esqueça de que vai estar sempre aqui.
A dor me corrói, mas o coração não se destrói,
Posso sangrar, mas logo a ferida de hoje será cicatriz.

São os meus sentidos,
Minha vontade de viver,
Os momentos que tenho vivido,
O presente de hoje, amanhã não vai ser.

O que preciso é de ar
É a coragem pra saber voar
Porque mesmo sendo difícil de respirar,
A gravidade injusta não poderá me derrubar.

Não ceder ao poder.
Nem os poderosos podem mais vencer.
Mesmo que a voz seja fraca,
É uma atitude de bem que inspira a graça.

É o vento, a dor, o tempo
Seja qual for hoje o meu tormento,
Minha razão ainda permaneça assim,
E minha inspiração, espero que nunca tenha fim.
Tenha vida dentro de mim,
E não se enfraqueça com as dificuldades.
Hoje, tudo o que me importa é viver a verdade.






...Amor e Carinho!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Novo ser...

Senti que a visão ficava turva. 
Com o tempo não era possível ver mais nada.
Era um novo começo, uma nova era.
Aquele que enxergava parou de ver o que via, para projetar seus olhos no que realmente lhe interessa.
A batalha toma um novo destino, a razão muda de configuração.
É necessário sobreviver ao dia de hoje e fazer com que o amanhã se faça presente.
Não será mais possível simular a cegueira diante dos fatos, é real e é agora.
Preparem as armas da alma para enfrentar as dificuldades, porque a vida pode exigir as suas forças.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O que não me deixa ver... II


Percebi que estava perdido e sem motivos para continuar seguindo a trilha que me levava para a solidão.
Seria um amontoado de lixo que permiti acumular em minha casa que não me deixou ver que poderíamos nos olhar nos olhos novamente ou poderia ser o clarão do holofote que fechou meu olhos e não pude contê-lo. Pode ser que eu tenha esquecido de priorizar aquilo que necessitava de minha atenção ou Priorizei a mim mesma e esqueci que ao meu redor havia pessoas que precisavam de minha atenção e eu delas.
Busquei tantas coisas por aí que esqueci o que já estava dentro de mim.
Deixei que o medo me vencesse e esqueci a razão da minha batalha. Achei que havia vencido, mas perdi, pra mim mesma. Percebi a derrota assim que vi que estava só.
Meus dias de glória eram fantasiosos e agora deixei de fantasiá-los.
Não cometam o pior erro da vida, que é conduzir-se a morte. O meu medo me mata a cada dia, não me deixa viver. Meus fantasmas acorrentam meu ser e já nem sei que rosto assumo na sociedade.
Não deixem que o medo impeça de lutar, mas lutar por algo novo, ou lutar para corrigir o passado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tenho sede...

Não me limite ao que vejo, pois não quero ver com os olhos que não pertencem a mim.
Não me prenda a fim de que eu não fuja do que quereis que eu faça, eu não sou assim.
Não, não me faça chorar, não mais, acredito que não há mais lágrimas para isso.
Não escureça a minha vida, e nem adianta querer, pois estou em busca de luz.


Quantas vezes algo ou alguém buscou fechar nossos olhos para aquilo que queríamos descobrir. Será que chegamos ao ponto de nós mesmos desistirmos de olhar aquilo que mais desejávamos. Onde chegamos? Lutamos por nossas causas?

Ao longo de minha história tive que produzir conquistas e posso ter sofrido muito com isso, mas é algo necessário. O próprio crescer e tornar-se adulta pode ter sido algo doloroso e desafiador, frustante, mas preciso disso para respirar. Ser menina é não conquistar o mundo que está lá fora, por isso ser adulta é necessário.

Tenho vontade de mergulhar no desconhecido, de buscar as respostas que o mundo me proporciona e eu não consigo ver. Por quê? Quem serei assim? Eu? Provavelmente não. Meu ser é composto de novidades, de aprendizagem, não importando para mim o que minha imagem é realmente nas cabeças que vagam por aí, mas sim o que sou em essência. Buscando sempre crescer e nunca bastar-se, reconhecendo limites para poder superá-los.

Rabisco meu nome em documentos, recebo extratos e dívidas, pago a conta do aluguel. É algo que não me proporciona escolhas, mas ao mesmo tempo me dá liberdade. Sou dependente sim, por ser humana e ser social, mas sou livre ao mesmo tempo pois posso entender e interpretar o mundo ao meu redor e fazer parte dele. Sendo capaz de refletir sobre isso serei eu, eu sei.
Se choro pelo que me deixa triste e sorrio para o que me deixar alegre, serei eu, eu sei.
Tenho sede de mim. Busco respostas para mim mesma. Quem serei? Aquela criança da foto? Mas é tão diferente. Talvez seja eu, uma parte de mim, pois sou um pouco de cada um dos que me rodeiam e sou cada imagem de mim.

Eu sou tudo aquilo que quero ser. Será? Eu só sei que sou única.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Viver e Não ter a Vergonha de Ser feliz

Muitas vezes deparamos-nos com fatos que marcaram o nosso passado, fatos que nos fizeram bem e outros que nos marcaram negativamente. Lembramos-nos de pessoas que serão inesquecíveis por constituir boas recordações e pessoas que serão inesquecíveis pelo mal que nos fizeram. São marcas que o próprio tempo permite que tenhamos. Pois não seríamos capazes de viver hoje se não tivéssemos vivido o dia de ontem intensamente, u ma vez que viver é um processo de construção constante. O simples fato de acordar no dia de hoje é uma vitória do presente sobre o passado.

O passado só nos causa problemas quando esquecemos ou não queremos viver o presente. E o que seria não vivê-lo? Como pode ser possível? Porque não? Simples, quando não abro mão do que foi vivido para fazer o agora entrar para minha história. Quando guardo mágoa, quando tenho rancor, quando não perdoo o erro de alguém, e assim por diante.

Vivendo o passado eu deixo de ver o que o momento que vivo tem de mais belo, perco a minha espontaneidade. Se há algo em mim que me destrói por dentro como posso construir o mundo de fora? Perco o que o ser humano tem de melhor, o que nos torna diferente de qualquer outro ser vivo, perco a minha tão preciosa criatividade. Quando perco a capacidade de criar, não posso viver o agora, mas sim a criação velha ou a criação alheia. O que não me traz satisfação, pois sou u ser essencialmente espontâneo e necessito escrever a minha própria história.


Como vencer esse agravante? Simples, porém necessita de muita determinação, pois nos acostumamos a viver em um tempo que não é real. É como se saíssemos de uma caverna escura depois de anos e deparássemos com a luz do sol (O mito da caverna de Platão). Somente com determinação poderíamos superar qualquer obstáculo que apareça e que tente nos fazer desistir de continuar. Podemos também pedir ajuda, podemos buscar familiares, cada um irá se descobrir.


O importante é superar. O melhor é viver e com alegria. Saber discernir que o agora é melhor que ontem e que amanhã pode ser melhor, uma construção. E amar-se a si mesmo e ao que lhe rodeia.


O tempo é algo bom e deve ser utilizado a nosso favor para render-nos a felicidade. Se o agora é ruim, ele vai passar. Se o passado ainda dói ele ainda está presente então viva a sua dor, pois você é mais forte do que ela. O relógio é um aparelho que está em contante movimento, assim como a luz do sol, assim como a lua, o viver não é estático e sim dinâmico. Sejamos espontâneos, vivamos nossos dramas, nossas comédias e nossos romances pois somos protagonistas do nosso viver e o espetáculo começa quando você quiser.
Sejamos nós, e seremos quem desejamos ser. E estaremos bem.

sábado, 23 de julho de 2011

O que não me deixa ver...

Quanto mais eu corria para encontrar uma resposta, mais ela fugia de mim. Parece até que fiz algo de errado, algo que magoou muito alguém que amo. Mas o quê? Gostaria muito de saber.
Os dias passam, os olhares que recebo são como lâminas, me cortam da cabeça aos pés. Me ferem por dentro e me tornam cada vez mais frágil. Me dá vontade de chorar!
Tento soltar a minha voz para ver se alguém nesta multidão solitária consegue me entender, mas pareço só. E eu só precisava de um abraço.
Corro em direção a um túnel escuro, nem sei se tem saída, mas é a minha única opção, não posso fugir.
Amigos, não sabem o quanto me fazem bem. Necessito cada vez mais que estejam ao meu lado. Alguém conspira contra mim. E como Judas entregou seu mestre para o sacrifício, estou sendo entregue aos soldados da mentira para sofrer nas Blasfêmias. 
O que me corroe não é visível, mas a corrosão parece cada vez mais notável, estou envelhecendo. Estou morrendo dentro de mim. 
Preciso de forças para levantar! Não demora e estarei largado ao chão. Serei maltratado por aqueles que diziam que me amavam. 
Vou ser vítima do sistema porque vivo a verdade dentro de mim. E ao que parece a verdade não está conseguindo vencer essa grande mentira que inunda o nosso viver.
Meus pés estão cansados, mas ainda não cheguei ao fim do túnel.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Solidão, nova Era


No presente vídeo, Paulo Coelho fala bem melhor do que eu a respeito da solidão, mesmo assim vou fazer algumas resenhas.
Por que mesmo sabendo que causa sofrimento buscamos ficar a sós? Isto não faz parte da nossa essência humana, mas sim de uma ideologia individualista que tem se desenvolvido nos últimos tempos.
Solidão não é agradável a ninguém, somos seres sociais por natureza. Buscamos estar próximos a pessoas o tempo todo, pois assim temos que ser.
A carência de amor corresponde a este individualismo que estamos criando em nós. Daí surgem inúmeras doenças como a depressão, por exemplo. Temos a cura, mas mesmo assim não sabemos usá-la . 
O amor é uma necessidade nossa. Precisamos amar para sermos felizes e vivermos bem, assim como precisamos saciar a sede e a fome. Necessitamos de afeto, paixão e mutualidade.
Vivamos para estarmos bem consigo. Busquemos a felicidade que é estar com o outro.
Somente assim estaremos vivendo uma vida feliz e saudável.
Pois não se vive só, nem sem amor.


Não tem coisa pior do que chegar em casa, olhar-se no espelho e descobrir que deixou muitas pessoas amadas ficarem para trás. Ou buscar amigos, mas descobrir que não há sinceridade neles e permanecer na solidão.
Deitar no travesseiro e pensar: O que eu fiz hoje?
Ou buscar um amparo e se descobrir completamente só.
Passar por momentos difíceis e não ter ninguém para conversar.
A solidão é, na minha opinião, um dos piores elementos na vida de um ser  humano.
Solitária não posso seguir, devo buscar o amor, pois sem ele eu nada sou.

Não deixe que esse espaço vazio forme em seu coração lacunas. Preencha-o, revele a quem ama o que sentes e estarás melhor.
Amar não é sofrer, mas a solidão causa sofrimento.
Para superar a dor de um amor não correspondido, viva-a, de maneira a superá-la. Não fuja dos seus problemas, isso só pode aumentá-los.
O agora é muito importante para ser vivido, não se isole e aproveite-o com quem se ama.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ser Amor em Essência



Meus passos podem me conduzir por caminhos tão atraentes como a praia.
Meus olhos podem observar a cena mais magnífica que alguém já presenciou.
Meus lábios podem provar das palavras mais doces que o mais saboroso mel.
Meus ouvidos podem captar a declaração de amor mais lindas que um ser humano já pode ouvir.
Enquanto eu não tiver o amor em meu coração, nada serei.

Se eu não amar, como posso andar pelos mais diversos caminhos sem que eu tema o desconhecido?
Se eu não amar, como posso abrir os olhos para que vejam a beleza da vida, quando só posso ver a desconfiança?
Se eu não amar, como posso falar verdadeiramente aquilo que corresponde a sentimentos, se não sei o que é sentir?
Se eu não amar, como posso ouvir o que o outro tem a me dizer?

O amor é a essência de tudo o que há entre a terra e o céu. Há Séculos sheakspeare dizia que entre estes dois espaços, céu e terra, haveria muito mais mistérios do que poderíamos prever em nossa vã filosofia. Isto porque o amor é imensurável e inexplicável, é algo tão grande que nossa imaginação não consegue estruturar em imagens na nossa mente.
Nossa reflexão sobre o termo poderia nos aproximar um pouco de uma explicação, mas a resposta é dedução. Contudo, não há um termo para explicar o amor, pois ele é e basta. Temos de vivê-lo, assim alcançaremos a sua essência, talvez um dia.

Uma vida e algumas palavras

Ás vezes nossas palavras podem mudar a vida de alguém. São boas ou não. Podem levar a vida a uma pessoa ou conduzi-la a morte. São palavras, não simples, mas sim o meio de transpor pensamentos da alma ao meio. O que são quando surgem em nossas vidas. Alegres, tristes, cômicas ou dramáticas, meras palavras.

As palavras saem quase sem querer,
Rezam por nós dois.
Tome conta do que vai dizer.
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros
Se quiser ouvir
É fácil perceber
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração
Vanessa da mata - As Palavras


domingo, 17 de julho de 2011

O que é Paixão?

   A Paixão transcende os limites fisiológicos, ou seja, aqueles que exalam nos desejos. Não é interessante tratar de um clichê, onde todos nos já sabemos do que ela significa para o senso comum. Tratemos da paixão pela alma, a paixão espiritual, aquela que abrange a totalidade do ser.
   Paixão é a capacidade de admirar, viver e sofrer pelo outro. É um desejo saudável (o que se difere da obsessão) de ter o outro por perto, seja sua amizade e carinho. 
   Somente aquele que muito ama é capaz de apaixonar-se verdadeiramente por alguém.
   Paixão aqui não significa atração carnal ou qualquer desejo físico por outra pessoa, mas sim o desejo de querer o bem e estar próximo.

   Temos por exemplo a Paixão de Cristo. Jesus foi um homem que transcendeu a paixão do corpo. Ele tanto amou que morreu pelos outros. Esse sofrimento todo é a paixão. A sensibilidade de sofrer para si se o outro estiver bem. 
   Paixão é a ação do amor. É um amor unilateral, onde há realização do ser mesmo que não seja recíproco. E mesmo assim traz ao outro uma sensação prazerosa, prazer espiritual.
  A paixão se faz presente e vence qualquer mal estabelecido, pois é constituída de amor. E o amor faz bem para aquele que ama e para quem é amado.


"A paixão destrói mais preconceitos do que a filosofia" Denis Diderot

   Diderot é magnífico quando fala que a paixão vence o preconceito, pois se sou capaz de tamanha empatia pelo outro, não serei capaz de construir pré conceitos sobre ele a fim de discriminá-lo.
"A paixão quer que tudo seja eterno, mas a natureza impõe que tudo acabe" Denis Diderot
  Ao que depende da paixão, a maravilha que é estar com o outro sobressai aos defeitos, e somente lhe aparecem qualidades.
  Estar apaixonada é desafiador, pois a vida fica muito mais bela. Não temos a impressão que aquilo que é ruim também chega a nós, pois lidamos muito mais profundamente com aquilo que nos é prazeroso. 

Quero me apaixonar e me perder
Meu coração necessita de menos razão
Antes de pensar quero viver
Pois pensar demais é uma prisão.

Corro e busco um dia sem fim
Onde a vida é alegre como flores em um jardim
Quero seguir sem medo do futuro
Pois o medo me aprisiona no escuro

Minha alma: voe por aí a fora
Busque do mel o doce sabor
O perfume da rosa exalando amor
E volte para o corpo meu com a alegria da aurora
Priscyla Giobini 2011


Uma Música, uma reflexão de nós mesmos.
Um grande abraço a todos!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O que é o Amor?




4ª Semana:
4º Tema para a Reunião dos Grupos de Reflexão:
Os caminhos do amor

O amor trilha caminhos inacreditáveis, enfrenta obstáculos, supera problemas aparentemente sem solução e quebra barreiras que superam o mal nos “transportando” para o bem quando dele nos afastamos. Trata-se do amor com todos os seus elementos, o amor em uma visão holística (integral) de existência. Supõe até mesmo a paixão. Não a paixão como se vê em muitas mentes como algo que pode sufocar ou absorver em compulsões, mas a paixão pela alma que leva a pessoa a fazer suas escolhas direcionando afetos na grandeza da liberdade do sentir. Algo que corresponde às autênticas identificações entre pessoas que se conhecem sem prejudicar a relação no nível que ela deve permanecer. Supõe também maturidade.

Amor por si só basta, pois ele é a maior necessidade e a suficiência dos seres. Ele é dinâmico, compreensivo e paciente. É um termo que se completa na própria expressão. Deus é amor e é o princípio e o fim de tudo o que existe. Sem o amor (caridade), nós não seriamos nada (cf. 1Cor 13,13). Fomos criados do amor e para o amor.

Hoje em dia a frase “Eu te amo!” está quase em extinção, pois o real sentido dela está distorcido tanto pela cultura quanto pela mídia. Amar, do ponto de vista atual, significa desejar o outro, ter o outro para si em função de um apreço meramente psicológico e físico. Amar é mais que desejo quando este gosto implica somente satisfação pessoal. Não é necessário o desejo assim visto para amar. O termo assume dimensões físicas onde o ser humano procura viver de maneira individual em busca do que lhe agrada e do que ama ou gosta subjetivamente.

O sentido da palavra amor não está voltado para o ser em seu individualismo. Não vem de cada um amar. Amar vem de Deus, pois ele é amor (cf. 1Jo 4,7-8). Ele ama e somente permanecendo em comunhão com Ele seremos capazes de amar. Essa comunhão supõe os relacionamentos e sua devida orientação. Amamos porque Deus está em nós (cf. 1Jo 4,12).

Claro que não amamos alguém de primeira ou de pronto. Podemos perceber uma simpatia num instante inicial, mas não olhamos para alguém que acabamos de conhecer e dizemos que a amamos, absolutamente. Seguimos uma trajetória sentimental e como o amor está em uma dimensão espiritual mais elevada podemos dizer que desenvolvemos um percurso psicológico para sermos capazes de amar. Não devemos temer suas implicações que são coordenadas nas formas relacionais. Já dito: fomos criados do amor para amarmos. Isto consiste estar em Cristo como ele está no Pai (cf. Jo 17,24).

    Considerações
  
1 - Se Deus é amor e amamos por causa dele precisamos estar com ele para amar. Conhecer e deixar-se conhecer por Deus através da oração e da afeição de uns pelos outros supondo o diálogo. O amor não provoca a divisão entre as dimensões espirituais e terrenas, muito pelo contrário, une, integra. Promove a comunhão e a participação.

2  - O real sentido das palavras “diabo” e “símbolo” na ordem são aquilo que divide e aquilo que une. Assim é possível amar mesmo diante de incômodos que devem ser superados por aqueles que se permitem “construir-se” no amor. Numa obra, às vezes, cai o reboco de uma parede, mas o pedreiro vai lá e embossa de novo. O verdadeiro amor cura e transforma. Dá assentimentos às possibilidades de relacionamento no Espírito Santo (cf. 1Jo 4,13). Mesmo os desejos podem ser reorientados quando se insurgem de maneira desproporcional.

3 - Precisamos amar a nós mesmos para amar os outros como Jesus ensinou. Se eu reconheço que o amor está dentro de mim sou capaz de amar a mim mesmo buscando amar o outro e aceitando-o como ele é. Dessa forma sou capaz também de superar problemas referentes à nossa própria existência e convivência.

4 - Amar o outro significa que amamos a Deus e a nós mesmos. Quando amamos o outro desenvolvemos externamente um nível de intimidade. Ser íntimo é conhecer profundamente e deixar-se conhecer pela pessoa ou grupo correspondente. Aqui está a ciência do amor no exercício prático das relações que não surgem por acaso.

5 - Amar em comunidade significa que somos capazes de amar uma pessoa porque aquele que amamos a ama. Este é o nível mais alto do amor ao qual o Cristo amou a humanidade. Capaz de dar a vida por amor a todos conhecendo ou não. Ele foi capaz de estimar até aqueles que não o entendiam muito bem, inclusive os discípulos.

Entretanto podemos pensar: “Jesus é homem, mas é Deus”. Não devemos esquecer que justamente por isso Jesus é a nossa referência. Sem ele não poderíamos amar diante de divergências e discórdias. É o amor que corrige as diferenças. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e Deus nos ama sem impor condições (cf. 1Jo 4,11-16). Devemos amar ao nível que Cristo nos ensinou (cf. Jo 17, 26). Amemos uns aos outros (cf. Jo 13, 34). Isso não é algo que esteja acima de nós nem que seja árduo. É preciso conscientização e deixar-se “nascer de novo”, do alto (cf. Jo 3,7). Amar é o único mandamento que Deus “exige” para desenvolvermos nossas relações pessoais dentro do grupo ou comunidade, o laboratório do amor (cf. 1Jo 5,3).

A capacidade de amar o outro e a nós mesmos manifesta-se quando estamos em Deus. Reafirmamos isso! Ele quis assim: que o mundo fosse feito de amor, pois o amor é o bem maior que origina todos os outros bens. Estamos assim em uma “luta” constante contra as possíveis transgressões, ou seja, contra aquilo que nos impede de amar quando fugimos desse combate.

O amor é a semente de um mundo melhor. Pensemos: se amamos não desejamos mal a outra pessoa, não nos afastamos sem que o outro seja capaz de justificar-se ou rever seu posicionamento. Reconhecemos que somos seres semelhantes na capacidade de errar e superar o erro. Lembremos que corrigir o outro é o mais excelente ato de misericórdia ensinado por Jesus (cf. Mt 18,15-18). Quando amamos somos capazes de perdoar (cf. Mt 18,21). Isso quer dizer “doar-se de novo”, de falar para o outro o que nos incomoda com sinceridade e de ajudar no que perturba o próximo ou a nós mesmos. Também dessa forma evitamos que uma pessoa continue no erro ou no desvio porque não queremos o seu fracasso ou sofrimento. Quem ama não desiste do ser em atenção e cuidado.

Quando amamos de verdade temos condições de manter um espírito saudável. Temos uma oração completa em Deus que está em nós. Logo, nada falta na vida daquele que segue os caminhos do amor. O amor realiza. Deus é amor e nessa perspectiva basta!

Priscyla Giobini e Pe. Alexandre

Texto original retirado do blog de P. Alexandre Cortizo do seguinte site:

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pensando...

Às vezes paro, penso e olho ao meu redor para reconhecer que o espaço onde estou ainda é o mesmo de algum tempo atrás. Tudo passa tão depressa. O relógio parece desgovernado preso aos meus pulsos. 
Será que ainda continuo igual a criança na foto da parede?
Era criança e meu mundo parecia muito maior. A sala de estar da casa onde cresci parecia a de um castelo antes, agora está tão menor. 
Meu Deus, eu cresci! Mas será que eu queria crescer? Então cresci, e ninguém nunca me perguntou se eu queria. 
Fiquei adulta, e o mundo agora parece me sufocar. Tudo o que mais desejo é me livrar de tantas responsabilidades e ser criança uma vez mais, mas não posso, pois o tempo que passou não pode mais voltar. Sendo assim, serei eu adulta, como o mundo quis, e como me deixei sei.
Quando penso em tudo isso lembro dos momentos que fizeram o que sou hoje. O que  vivi faz parte de mim. E o que sou, eu construo a cada dia como nos primeiros dias.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Meu eu, my self


Se sou capaz de pensar em mim 
É porque consigo me ver como sou e superar o que não quero ser.

Se posso olhar para meu passado e expressar que tudo o que aconteceu comigo faz parte da minha história 
É porque o que fui faz sentido em minha vida.

Se visualizo o meu futuro como algo que pode ser o presente melhorado e que ele começa agora, 
Estou bem.