terça-feira, 23 de agosto de 2011

O que não me deixa ver... II


Percebi que estava perdido e sem motivos para continuar seguindo a trilha que me levava para a solidão.
Seria um amontoado de lixo que permiti acumular em minha casa que não me deixou ver que poderíamos nos olhar nos olhos novamente ou poderia ser o clarão do holofote que fechou meu olhos e não pude contê-lo. Pode ser que eu tenha esquecido de priorizar aquilo que necessitava de minha atenção ou Priorizei a mim mesma e esqueci que ao meu redor havia pessoas que precisavam de minha atenção e eu delas.
Busquei tantas coisas por aí que esqueci o que já estava dentro de mim.
Deixei que o medo me vencesse e esqueci a razão da minha batalha. Achei que havia vencido, mas perdi, pra mim mesma. Percebi a derrota assim que vi que estava só.
Meus dias de glória eram fantasiosos e agora deixei de fantasiá-los.
Não cometam o pior erro da vida, que é conduzir-se a morte. O meu medo me mata a cada dia, não me deixa viver. Meus fantasmas acorrentam meu ser e já nem sei que rosto assumo na sociedade.
Não deixem que o medo impeça de lutar, mas lutar por algo novo, ou lutar para corrigir o passado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tenho sede...

Não me limite ao que vejo, pois não quero ver com os olhos que não pertencem a mim.
Não me prenda a fim de que eu não fuja do que quereis que eu faça, eu não sou assim.
Não, não me faça chorar, não mais, acredito que não há mais lágrimas para isso.
Não escureça a minha vida, e nem adianta querer, pois estou em busca de luz.


Quantas vezes algo ou alguém buscou fechar nossos olhos para aquilo que queríamos descobrir. Será que chegamos ao ponto de nós mesmos desistirmos de olhar aquilo que mais desejávamos. Onde chegamos? Lutamos por nossas causas?

Ao longo de minha história tive que produzir conquistas e posso ter sofrido muito com isso, mas é algo necessário. O próprio crescer e tornar-se adulta pode ter sido algo doloroso e desafiador, frustante, mas preciso disso para respirar. Ser menina é não conquistar o mundo que está lá fora, por isso ser adulta é necessário.

Tenho vontade de mergulhar no desconhecido, de buscar as respostas que o mundo me proporciona e eu não consigo ver. Por quê? Quem serei assim? Eu? Provavelmente não. Meu ser é composto de novidades, de aprendizagem, não importando para mim o que minha imagem é realmente nas cabeças que vagam por aí, mas sim o que sou em essência. Buscando sempre crescer e nunca bastar-se, reconhecendo limites para poder superá-los.

Rabisco meu nome em documentos, recebo extratos e dívidas, pago a conta do aluguel. É algo que não me proporciona escolhas, mas ao mesmo tempo me dá liberdade. Sou dependente sim, por ser humana e ser social, mas sou livre ao mesmo tempo pois posso entender e interpretar o mundo ao meu redor e fazer parte dele. Sendo capaz de refletir sobre isso serei eu, eu sei.
Se choro pelo que me deixa triste e sorrio para o que me deixar alegre, serei eu, eu sei.
Tenho sede de mim. Busco respostas para mim mesma. Quem serei? Aquela criança da foto? Mas é tão diferente. Talvez seja eu, uma parte de mim, pois sou um pouco de cada um dos que me rodeiam e sou cada imagem de mim.

Eu sou tudo aquilo que quero ser. Será? Eu só sei que sou única.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Viver e Não ter a Vergonha de Ser feliz

Muitas vezes deparamos-nos com fatos que marcaram o nosso passado, fatos que nos fizeram bem e outros que nos marcaram negativamente. Lembramos-nos de pessoas que serão inesquecíveis por constituir boas recordações e pessoas que serão inesquecíveis pelo mal que nos fizeram. São marcas que o próprio tempo permite que tenhamos. Pois não seríamos capazes de viver hoje se não tivéssemos vivido o dia de ontem intensamente, u ma vez que viver é um processo de construção constante. O simples fato de acordar no dia de hoje é uma vitória do presente sobre o passado.

O passado só nos causa problemas quando esquecemos ou não queremos viver o presente. E o que seria não vivê-lo? Como pode ser possível? Porque não? Simples, quando não abro mão do que foi vivido para fazer o agora entrar para minha história. Quando guardo mágoa, quando tenho rancor, quando não perdoo o erro de alguém, e assim por diante.

Vivendo o passado eu deixo de ver o que o momento que vivo tem de mais belo, perco a minha espontaneidade. Se há algo em mim que me destrói por dentro como posso construir o mundo de fora? Perco o que o ser humano tem de melhor, o que nos torna diferente de qualquer outro ser vivo, perco a minha tão preciosa criatividade. Quando perco a capacidade de criar, não posso viver o agora, mas sim a criação velha ou a criação alheia. O que não me traz satisfação, pois sou u ser essencialmente espontâneo e necessito escrever a minha própria história.


Como vencer esse agravante? Simples, porém necessita de muita determinação, pois nos acostumamos a viver em um tempo que não é real. É como se saíssemos de uma caverna escura depois de anos e deparássemos com a luz do sol (O mito da caverna de Platão). Somente com determinação poderíamos superar qualquer obstáculo que apareça e que tente nos fazer desistir de continuar. Podemos também pedir ajuda, podemos buscar familiares, cada um irá se descobrir.


O importante é superar. O melhor é viver e com alegria. Saber discernir que o agora é melhor que ontem e que amanhã pode ser melhor, uma construção. E amar-se a si mesmo e ao que lhe rodeia.


O tempo é algo bom e deve ser utilizado a nosso favor para render-nos a felicidade. Se o agora é ruim, ele vai passar. Se o passado ainda dói ele ainda está presente então viva a sua dor, pois você é mais forte do que ela. O relógio é um aparelho que está em contante movimento, assim como a luz do sol, assim como a lua, o viver não é estático e sim dinâmico. Sejamos espontâneos, vivamos nossos dramas, nossas comédias e nossos romances pois somos protagonistas do nosso viver e o espetáculo começa quando você quiser.
Sejamos nós, e seremos quem desejamos ser. E estaremos bem.