quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tenho sede...

Não me limite ao que vejo, pois não quero ver com os olhos que não pertencem a mim.
Não me prenda a fim de que eu não fuja do que quereis que eu faça, eu não sou assim.
Não, não me faça chorar, não mais, acredito que não há mais lágrimas para isso.
Não escureça a minha vida, e nem adianta querer, pois estou em busca de luz.


Quantas vezes algo ou alguém buscou fechar nossos olhos para aquilo que queríamos descobrir. Será que chegamos ao ponto de nós mesmos desistirmos de olhar aquilo que mais desejávamos. Onde chegamos? Lutamos por nossas causas?

Ao longo de minha história tive que produzir conquistas e posso ter sofrido muito com isso, mas é algo necessário. O próprio crescer e tornar-se adulta pode ter sido algo doloroso e desafiador, frustante, mas preciso disso para respirar. Ser menina é não conquistar o mundo que está lá fora, por isso ser adulta é necessário.

Tenho vontade de mergulhar no desconhecido, de buscar as respostas que o mundo me proporciona e eu não consigo ver. Por quê? Quem serei assim? Eu? Provavelmente não. Meu ser é composto de novidades, de aprendizagem, não importando para mim o que minha imagem é realmente nas cabeças que vagam por aí, mas sim o que sou em essência. Buscando sempre crescer e nunca bastar-se, reconhecendo limites para poder superá-los.

Rabisco meu nome em documentos, recebo extratos e dívidas, pago a conta do aluguel. É algo que não me proporciona escolhas, mas ao mesmo tempo me dá liberdade. Sou dependente sim, por ser humana e ser social, mas sou livre ao mesmo tempo pois posso entender e interpretar o mundo ao meu redor e fazer parte dele. Sendo capaz de refletir sobre isso serei eu, eu sei.
Se choro pelo que me deixa triste e sorrio para o que me deixar alegre, serei eu, eu sei.
Tenho sede de mim. Busco respostas para mim mesma. Quem serei? Aquela criança da foto? Mas é tão diferente. Talvez seja eu, uma parte de mim, pois sou um pouco de cada um dos que me rodeiam e sou cada imagem de mim.

Eu sou tudo aquilo que quero ser. Será? Eu só sei que sou única.

4 comentários:

  1. Essa busca constante por quem somos nós...

    Sei bem dessas tuas interrogações. As tenho, tenho piores. Mas o questionamento, quando bem vivido, é frutífero. Isso não se pode negar.

    Mate diarimente sua sede: de ser, sem deixar de estar. Estar costuma abrir mais possibilidades.

    De resto, deixa ser resto. Ninguém sabe tanto de você que seja capaz de te tirar teu maior dom: o de viver, assim mesmo: no infinitivo, e no particular.

    P.S.: Gostei da primeira imagem..rs. Nova possibilidade de ver: as coisas e a si mesma. Sempre há!

    Beijo meu, Pri!

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  2. Linda você!
    Sabia que iria gostar da imagem mais famosa da Gestalt...
    Questionamentos são sempre bem-vindos!
    Um bj! Te amo!!!

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  3. Priscyla... Seus pensamentos são fantásticos e se enquadram em muitas realidades:

    O cálice da liberdade que não traz bebida amarga, mas a doçura inspiradora para sair da opressão que transforma vidas em aspectos não muito convencionais...Em novos tempos poderei vê-lo brilhar em outro ângulo...

    Essa é a vontade de Deus... Ele se deu a conhecer... Um Deus de amor e que é bom. Não engana a ninguém e quando verdadeiramente tocados e conscientes, não nos deixa enganar e possibilita mudanças... Ele quer as mudanças!

    Mas muitos homens de preto o enclausuram e se escondem atrás dele. É fato. Corporativizados sistematizam, oprimem e excluem de maneira silenciosa sem dar satisfação ou esclarecimentos. Só poderia ser assim no que envolve busca de poder e afeto impessoal...

    Não faz mal! Isso não será mais objeto de meus pensamentos. Deles terei o essencial. É só trocar de roupa e fazer coisas mais úteis ao próprio ser e aos outros... Devagar chegarei lá. Não há impedimentos para mergulhar no desconhecido e no hoje do mundo onde estamos.

    Essa é a sede e perfeitamente saciável pela realização dos dons que me foram concedidos sem medo da felicidade buscada na sinceridade de coração e em outra realidade onde prevalece o amor...

    O mais é preconceito e isso você não tem.

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  4. Nossa, ñ conhecia esse seu lado inconstante =]

    "pois sou um pouco de cada um dos que me rodeiam"

    acho q todos nós somos, ainda bem.
    Beijão

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